sábado, 31 de outubro de 2009

A Queda de uma Lenda

Desde que começamos a jogar no COVIL DO ZOMBIE (também conhecido vulgarmente como minha casa), sempre que o Fel participava de um jogo, a disputa era pelo segundo lugar (com exceção do LOOPIN’LOUIE, onde todos já ganhamos pelo menos uma vez. No meu caso, uma única). Com isso, nasceu a lenda de que Fel não perderia uma partida no COVIL DO ZOMBIE para o anfitrião (a única vez em que o derrotei em algum jogo foi no ZÈRTZ, como todos os meus dois leitores bem se lembram, mas ele não estava concentrado naquele dia, por isso eu não conto essa vitória). O safado me derrotou, inclusive, numa partida de A TOUCH OF EVIL.

Quarta-feira este tabu foi quebrado, quando uma galera (Fel, Zé e Chris) esteve aqui em casa para estrearmos o recém-chegado WARHAMMER: INVASION. OBS.: Baiano, vc perdeu.

O WARHAMMER: INVASION é um cardgame excelente, como há muito tempo eu não via. As ilustrações das cartas são iradas e a diagramação de cada uma é perfeita. Da mesma forma que o DOMINION, a influência do MAGIC aqui também se faz presente e clara. Por exemplo: vc começa comprando sete cartas, pode fazer mulligan, precisa de suprimentos para baixar suas cartas, as unidades possuem ataque e defesa, a cartas de ação funcionam como as “instants” e vários outros elementos. Porém, apesar do DOMINION ser um jogo já consagrado, particularmente prefiro o INVASION, por conta do confronto direito entre os jogadores com ataque de criaturas e magias de dano, coisa que não há no DOMINION, e que me atraía muito no MAGIC (tanto que meu deck era vermelho e de goblins).

Em apertada síntese (quem quiser uma parada mais detalhada, vá no site da FANTASY FLIGHT), o jogo é o seguinte: cada jogador monta um deck (de 50 a 100 cartas) ou escolhe um pré-montado (a princípio são apenas 4: anão, império, caos e orcs) e pega um mini-tabuleiro de capital (divido em três áreas: kingdom, quest e battlefield, cada qual com 8 pontos de vida). Ao longo do jogo vc baixa cartas de unidade (criaturas), de suporte (que te proporcionam diversos tipos de ajuda, quer seja tornando sua criaturas mais poderosas ou recuperando os danos causados nas áreas da capital) e de ação (“instants”). Ganha o jogo quem conseguir causar 8 pontos de dano em duas áreas diferentes da capital do adversário. Perde o jogo automaticamente o jogador que ficar sem cartas no monte de compra (mais uma influência do MAGIC).

Fel e Chris, que leram as regras, cuidaram de explicá-las.

Como se trata de um jogo para dois jogadores (há no BGG uma regra não-oficial para três e quatro jogadores. Ela foi testada no final da noite e eu recomendo), nos dividimos em duas duplas, cada um pegando um deck pré-montado diferente para conhecermos todos. O Zé (que pegou o deck dos anões) enfrentou o Chris (caos); o Fel (império) me enfrentou (peguei o de orcs, claro).

Nossa partida nem havia começado e Fel já me saiu com a seguinte pérola: “senta pra apanhar!”. Em resposta lhe apresentei o dedo médio da mão direita e começamos.

Venci nossa primeira partida destruindo a Quest e o Battlefield da capital do Fel. Acho que ele ficou tão surpreso quanto eu. A carta “contested stronghold” me garantiu os recursos necessários para baixar as unidades mais caras e poderosas dos orcs. Finalizei o jogo utilizando a carta “waaagh!”, que dá mais dois pontos de ataque para cada unidade atacante, massacrando a última linha de defesa do império do Fel e destruindo sua segunda área.

O jogo do Zé e do Chris estava bem equilibrado. Terminamos o nosso e nenhum deles havia destruído nenhuma área do oponente.

Resolvemos jogar uma segunda partida. Esta foi o Fel quem levou a melhor, numa verdadeira luta de faca no elevador. Esquecemos toda e qualquer estratégia e fomos pra porrada aberta. A cada rodada cada um atacava com tudo o que possuía. Ele começou pontuando destruindo minha Quest. Em seguida, destruí o Battlefield dele. Parecia que eu levaria esta também, até que ele jogou uma carta que limpou todas as minhas unidades do meu Battlefield e atacou com tudo, destruindo minha área. A partida foi rápida e durou 4 ou 5 turnos.

Zé e Chris ainda jogavam. Apesar do Chris ter baixado uma criatura de poder de ataque 5, o Zé consegui montar uma linha de defesa consistente e repelia todos os ataques do Caos com os seus anões.

Partimos para uma terceira joga, que acabou pela metade quando a partida anões x caos finalmente terminou (O Zé, que demorou para engrenar no jogo, derrubou o Chris, destruindo o Kingdom e o Quest.), para podermos fazer uma partida de quatro jogadores ao mesmo tempo. Eu já havia destruído o Battlefield do Fel e o Quest dele já estava comprometido, apesar dele jurar de pé junto que ainda poderia virar o jogo. Enfim, não enveredarei por esta seara para não perder o amigo.

Usamos uma regra não-oficial contida no BGG. Cada um começa podendo atacar, apenas, o jogador à sua esquerda e o à sua direita. Depois que o primeiro sai do jogo (quando duas de suas três áreas da capital for destruída), geral se enfrenta. Ganha o jogo aquele que conseguir 4 pontos de vitória (um ponto de vitória para cada área da capital de um oponente que vc conseguir destruir). Ficamos na seguinte ordem: Chris – Fel – eu – Zé.

E começou a pancadaria generalizada.

A partida foi bem competitiva e acirrada. Comecei pontuando destruindo Quest do Fel. Meu segundo ponto foi detonando o Battlefield do Zé. O primeiro ponto do Fel foi queimando o Kingdom do Chris. Meu terceiro ponto foi ao arrebentar com o Kingdom do Zé, tirando-o do jogo (uma vez que ele teve duas de suas três áreas destruídas). Após a saída do Zé, abriu-se a porta para enfrentar o Chris, que estava com o Quest bem abalado (6 pontos de dano). Usei um carta de suporte orc que me permite sacrificar uma criatura minha e pagar dois pontos de suprimentos par causar 2 pontos de dano a uma área qualquer, à minha escolha, na capital de um dos meus oponentes, e, assim, queimei o Quest do Chris. Obtive meu quarto ponto de vitória e ganhei o jogo. Minha única frustração foi não ter tirado o Fel do jogo antes do final da partida ;-) .

Nenhum comentário:

Postar um comentário